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sexta-feira, 15 de junho de 2012

França revive, mas ainda deixa Ucrânia com esperanças.

Por Mark Pochine
Ucrânia x França - Grupo D

Muitos vão dizer que a Ucrânia já fez muito mais do que poderia nessa Euro 2012, por ter ganhado o primeiro jogo contra a Suécia. Outros vão falar que a França fez muito menos do que deveria quando empatou com a Inglaterra, e agora era a hora de se recuperar. O que esperar de um jogo onde de um lado, toda a esperança de um país reina com felicidade, e toda a esperança do outro reina com apreensão. Essa é o clima de Ucrânia e França pelo Grupo D.

A Ucrânia já fez muito mais do que poderia, e para muitos até o que devia. Um time que não está numa safra de bons jogadores, conta ainda com a experiência e renome internacional de Shevchenko, que até o primeiro momento não jogaria esse jogo por questões de cansaço físico.Um pouco atrás dele vem Voronin e Tymoshchuck. A nova safra parece se impor e colocar um bom ritmo no jogo, com Konoplyanka e Yarmolenko no meio, largando um pouco o futebol ofensivo para mostrar um futebol vistoso e de velocidade. Essa mistura entre o velho e o novo pareceu funcionar muito bem no primeiro jogo.

Já a França fez um jogo muito abaixo do esperado contra uma Inglaterra que veio para essa Euro sem nenhuma expectativa. A responsabilidade de levar o time a frente vem nos pés de Ribery e Nasri, enquanto a referencia no ataque é o jovem atacante Benzema. Com um sistema defensivo sem grandes nomes, tem no goleiro a confiança para se segurar nos jogos.

O Jogo.

O jogo começou pontualmente como era esperado e mostrou nos primeiros 4 minutos uma França claramente afobada atrás da bola para tentar resolver o jogo logo. Mas a bola rolando não durou mais do que 4 minutos. Uma forte chuva obrigou o jogo a ser paralisado até as 19 horas(14horas no horário de Brasília). E agora o jogo ganhava dois fatores extras: o condicionamento físico dos atletas depois de já terem esfriado completamente, e a condição do gramado, pois poderia dificultar o estilo de jogo dos mais habilidosos das duas seleções.

Jogo recomeçado e as equipes estavam muito passivas em campo. Nos primeiros 10 minutos o lance mais perigoso foi um chute despretensioso de Benzema pela esquerda da área ucraniana. Mas o chute demonstrava o domínio francês durante o inicio do jogo, marcando no próprio campo ucraniano e não dando espaços nem para lançamentos. Parecia que toda aquela afobação foi embora quando a chuva caiu e o time ficou mais calmo e soube impor o seu ritmo. A Ucrânia estava claramente acuada, e nas poucas vezes que conseguia uma bola de ataque, saia em blocos dando espaços para o contra-ataque.
Aos 16 minutos, a França fez um gol em posição completamente irregular, mas devido as jogadas seguintes, parecia que tinha achado a chave para chegar ao gol ucraniano, começando a jogada pelo lado esquerdo invertendo a jogada com passes diagonais para infiltração dos meias pelo lado direito. Essa jogada se repetiu 3 vezes nos minutos seguintes, mas graças a linha de impedimento do rival placar se manteve 0 a 0, e o relógio já marcava metade do primeiro tempo.

Aos 24 minutos a primeira jogada bem trabalhada da Ucrânia. Yarmolenko fez a inversão da jogada para o lado esquerdo, Konoplyanka recebe a bola, faz um ótimo passe para Shevchenko que recua a bola para Nazarenko. O meia rola a bola para o lado direito, onde Yarmolenko pega a bola novamente, ginga para cima do seu marcado e chuta com perigo, com a bola passando a direita do gol de Lloris. A partir desse momento o jogo ficou claramente mais aberto, com a Ucrânia largando um pouco a sua retranca e partindo para cima com jogadas em velocidade e de inversão de bola e adiantando a marcação.

Na marca de 28 minutos, numa falha na saída de bola da Ucrânia, Ribery ganha em velocidade pelo lado esquerdo, cruza para a área onde Benzema faz o corta luz e Ménez chuta para a grande defesa de Pyatov.

O jogo estava completamente aberto. Shevchenko recebeu uma ótima bola pelo lado esquerdo do campo, ajeitou de cabeça, penetrou a área e chutou forte. Para a sorte de Lloris o chute saiu forte, mas em cima dele, onde conseguiu espalmar a bola para a zaga afastar o perigo dali. Já estava na marca de 35 minutos e o jogo seguia eletrizante.

Depois de uma sequência de ataques e escanteios do ataque ucraniano, uma falta para França cobrada por Nasri e cabeceado por Ménez no contra pé do goleiro, fazendo o goleiro ucraniano fazer uma excelente defesa. Logo depois aos 40 minutos, Ménez recebeu cartão amarelo por parar um contra-ataque.

No últimos minutos a França circulava a bola ao redor da área ucraniana tentando chegar a uma abertura para um chute pro gol mas nada acontecia. Quando a Ucrânia tentava sair para o jogo os jogadores franceses paravam toda as jogadas com falta. Um cartão só no primeiro tempo saiu barato para a seleção francesa.

Mais agitação na segunda etapa.

Passados apenas 3 minutos de jogo no segundo tempo, já se tinha 2 chances claras de gol para ambas equipes e uma substituição para a Ucrânia (saindo Voronin, para a entrada de Dević). Incrivelmente em jogadas parecidas de enfiada de bola. Parecia que os times tinham largado um pouco o lado defensivo que marcou a primeira etapa para se lançarem ao ataque tentando ser o primeiro time a balançar as redes.

E o primeiro time foi a França. Aos 7 minutos, numa jogada parecida com muitas do primeiro tempo, Ribery avançou pela esquerda, tocou a bola pro meio para Benzema que achou Ménez entrando na área pelo lado direito. O meia dominou, ajeitou a bola e bateu no canto esquerdo do goleiro ucraniano. Bela jogada de contra ataque do time francês. França 1 a 0 para cima da Ucrânia.
AFP/Getty Images

E só foi o inicio. O ímpeto francês não acabou no primeiro gol. Aos 10 minutos, Benzema pega a bola no lado direito avança em pela intermediaria e da um passe para Cabaye bater na saida do goleiro. 2 a 0, com 10 minutos no segundo tempo a França claramente tinha achado o seu ritmo.

Getty Images

A Ucrânia sentiu o baque, e aos 15 minutos fez a sua segunda substituição. Saiu o meia Nazarenko para a entrada do atacante Milevskiy, fazendo o time sair do 4-5-1 e entrar num 4-4-2 mais ofensivo para tentar chegar ao primeiro gol no marcador.

Apesar do baque dos 2 gols quase em sequência, aos 20 minutos a Ucrânia acordou pro jogo e partiu pra cima da França, abrindo mão do seu sistema defensivo, o que proporcionou um chute forte de Benzema que explodiu na trave.

Aos 23 minutos uma substituição para ambas as equipe. Pelo lado frances, Cabaye sai para entrada de M’Vila, o que não muda a postura da equipe. E pelo lado ucraniano, na sua ultima substituição, sai Yarmolenko para a entrada de Aliyev, o que não muda a tática do time, mas da mais velocidade nas saídas de bola.

O jogo seguia frio, e o que agitava o jogo um pouco eram as substituições. A França faz suas últimas substituições, saindo Ménez para a entrada de Martin, e saindo Benzema e entrar Giroud. Tudo isso na faixa dos 25 à 30 minutos. As substituições da França eram mais pela questão de poupar jogadores do que mudanças táticas em si.

Desde os 35 minutos o jogo seguiu num ritmo lento, com ambas as seleções conformadas com o placar atual. A França ainda chegava aos poucos mas sem levar nenhum perigo, e a Ucrânia quando chegava não conseguia fazer um bom trabalho. O jogo foi caminhando assim para o fim do seu jogo, embolando o grupo D.

Resumão
Muitos vão falar que o jogo mudou completamente por conta da paralisação. Eu vou seguir a corrente que discorda disso. A Ucrânia estava jogando o que sabia e tinha que jogar no primeiro tempo, um futebol defensivo, de contra ataques e passes rápidos, enquanto deixava a França vir pra cima com tudo, tentando circular a bola ao redor da área ucraniana, muitas vezes sem sucesso. O erro da seleção dona da casa foi partir pra cima com tudo no segundo tempo, mas sem ter condições de manter uma qualidade ofensiva e defensiva ao mesmo tempo. O resultado foram dois gols de jogadas bobas que começaram com bolas perdidas em ataques ucranianos. A Ucrânia jogou bem o primeiro tempo, mas se tivesse jogado o segundo tempo igual, teria conseguido um resultado melhor, ou menos danoso a sua situação no grupo. Para a França, todos os louros da vitória, e vai enfrentar uma Suécia na rodada final com mais moral ainda.

Escalações
Ucrânia
4-2-3-1 (4-4-2)
Pyatov
Gusev - Mikhalik - Khacheridi - Selin
Tymoshchuck - Nazarenko (Milevskiy)
Yarmolenko (Aliyev) - Voronin (Dević) - Konoplyanka
Shevchenko (C)
Fraça
4-5-1
Lloris (C)
Debuchy - Rami - Mexès - Debuchy
Ménez (G) (Martin) - Nasri - Diarra - Cabaye (G) (M'Vila) - Ribery
Benzema (Giroud)

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