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quinta-feira, 14 de junho de 2012

A Furia Espanhola atropela a eliminada Irlanda

Por Mark Pochine
Espanha x Irlanda - Grupo C

Espanha e Irlanda começam o segundo jogo do dia para o grupo C. Ambos os times buscam ressuscitar no grupo. Espanha uma das favoritas ao titulo, vem de um empate que saiu barato contra a Itália. A Irlanda por sua vez, vem de uma atuação fraquissima contra a Croácia, sendo a ultima colocada do grupo.

A Espanha conta com o talento em todas as áreas do campo, com a base do time sendo Barcelona e Real Madrid, mas contando com jogadores que brilham em seus times (Como David Silva no Manchester City). Vem dependendo muito dos seus meias, pois seus atacantes não conseguem levar perigo algum nos últimos jogos ao time adversário, depende muito da criança e força de Iniesta e Xabi Alonso, rivais pelos seus times, mas que pela seleção fazem um trabalho incrível.

A Irlanda por outro lado, muito fraca tecnicamente, contando apenas com a esperança no ataque de Robbie Keane, o craque da seleção, e conta ainda com pouco mais de 4 jogadores que ja estrelaram grandes ligas anteriormente. Vem com um setor defensivo muito inferior a qualquer outra seleção da Euro. Compensa com um goleiro que vem fazendo ótimas partidas pela Barclays Premier League, e com a raça de todo um time de sempre correr atrás do resultado. Vai ser realmente um duelo entre Força e Técnica.

O Jogo.

O jogo começa com o domínio claro da Espanha, e como não podia ser diferente, a Espanha já de cara deu seu cartão de boas vindas para a Irlanda. Em um passe incrível de Iniesta no meio do falho sistema defensivo irlandês, David Silva tentou dominar, mas foi desarmado. Sem ninguém para afastar o perigo, Fernando Torres pegou a bola, passou pelo seu marcado e chutou forte no mesmo ângulo do goleiro para abrir o placar aos 4 minutos de jogo. Espanha 1 a 0, com promessa de ser uma goleada.

Getty Images

A Irlanda entrou dormindo, e acordou da pior maneira possível. Tomou o gol, e ainda tomou 2 sustos com bolas alçadas na área, mas David Silva nas duas vezes não obteve sucesso. Logo aos 8 minutos, a Irlanda pareceu ter entrado no jogo, tentou um chute de fora da área com Andrews, mas a bola saiu um pouco alta de mais. Nos poucos momentos que a Irlanda conseguia chegar perto do gol espanhol, desperdiçava com chutes de fora da área sem nenhuma mira ou perigo.

A classe no toque de bola espanhol envolvia o time irlandês, onde só tinha duas formas da Irlanda recuperar a posse de bola: um toque errado ou pressionando os jogadores espanhóis, na maior parte das vezes parando a jogada com faltas bobas ou perdendo a bola para lateral, por conta de um domínio de bola precário. O time da Irlanda jogava já aos 15 minutos de jogo com todos os 11 jogadores atrás da linha do meio campo.

O jogo seguiu muito morno até a metade do primeiro tempo. Era um jogo de um só lado, a Espanha dominava o jogo com mais de 60% da posse de bola. O que realmente estava faltando para a Espanha era o toque final para os seus atacantes, enquanto a Irlanda desesperadamente chutava a bola para frente torcendo para que Robbie Keane fizesse mais de uma de suas magicas. Aos 25 minutos, numa jogada bem trabalhada de todo o ataque espanhol, David silva desperdiça novamente outro cruzamento. Até o momento o jogador de numero 21 da Espanha já tinha perdido 5 bolas recebidas dentro da área, com sorte uma delas originou o gol.

Próximo aos 30 minutos, a Irlanda parecia querer encontrar um caminho pro gol, avançando a marcação e saindo mais pro jogo com velocidade, pois as jogadas na base dos passes e enfiadas de bola já não estavam mais funcionando. Enquanto isso a Espanha circulava a bola por todo o campo, chegando a ter momentos a bola, próxima a grande área, voltava até a intermediaria defensiva espanhola. O time da Irlanda já estava batido, pelo menos nesse primeiro tempo, e vi só a Espanha brincar de bobo.

Na marca de 34 minutos um lance inusitado, numa saída de bola do time irlandês, o arbitro português Pedro Proença, derrubou o jogador irlandês Andrews. A bola caiu nos pés de um jogador da Espanha e quase saiu o gol, causando revolta de todo o time irlandês para com o arbitro. Arbitro fazendo falta para cartão, mas quem recebeu o primeiro amarelo da partida foi Robbie Keane minutos após entrada violenta do jogador.

Chegando na marca de 40 minutos, o jogo estava feio. Espanha com a bola nos pés mas errava muitos os últimos toques na bola, e a Irlanda não conseguia sair pro ataque. Do famoso futebol de primeira linha espanhol só se tinha lampejos com Iniesta e Xavi Hernandes. No fim do tempo, a Espanha tentava dar um ritmo mais forte ao jogo, mas nada adiantava fazer num primeiro tempo que prometia um jogo rápido e bonito da Espanha, mas acabou ficando na mesmice e no tédio de um futebol tão bonito e vistoso que esqueceu de ser objetivo, e só se lembrou do que era isso nos minutos finais da primeira etapa. O máximo de ação que aconteceu no fim do primeiro tempo foi o segundo cartão amarelo do jogo, e o segundo da seleção irlandesa, para Whelan.

Segundo Etapa com o Segundo Round

Parecia que o script era o mesmo pros dois tempos. Só mudando um personagem antes do segundo ato. Pelo lado irlandês saia o atacante Cox para a entrada do meio campista Walters, talvez para reforçar a marcação e a criatividade. Mas não deu tão certo pois o script já estava escrito. Logo de cara, a Espanha partiu pra cima da Irlanda como se não houvesse outra opção. Aos 4 minutos, novamente com a jogada começada com com Iniesta que chutou pro gol e Given espalmou mal pro meio da área. David Silva que tinha errado todas as finalizações a gol no primeiro tempo, recebeu a bola, gingou pro lado, gingou pro outro, deu um toquezinho de leve na bola, que passou por debaixo da perna de 2 zagueiros irlandeses, fazendo com Given caísse atrasado e a bola morresse dentro do gol. Espanha 2 a 0, novamente logo de cara.

Mas como já dito, parecia que o script era repetido, com a diferença de um cartão amarelo em Xabi Alonso aos 9 minutos, por parar uma jogada ofensiva da Irlanda. A Espanha com muitos toques laterais, com seu futebol de posse de bola não conseguia mudar a historia do jogo. Pelo lado da Irlanda, estavam ocupando mais espaços no seu campo ofensivo, mas voltava em blocos marcando bem. Mas os minutos passavam e o que se via era o mesmo que se viu durante todo o primeiro tempo: Espanha tocando muito a bola, esperando que por um milagre a Irlanda deixasse algum jogador livre, e nas poucas vezes que um deles ficava livre, era em posição irregular.

A Irlanda era a única que tentava efetivamente chegar ao gol adversário, mas graças a pequena qualidade dos seus jogadores, pouco conseguia aproveitar as chances na entrada da área. E a Espanha passava por algo parecido, com a diferença que tinha qualidade para chegar dentro da área para finalizar, mas errava muito o ultimo toque de bola, quase como ironia por conta do seu estilo de jogo.

Na marca dos 20 minutos, a Espanha faz a primeira substituição, trocando Xabi Alonso para a entrada de Javí Martinez, ambos jogadores da mesma posição, sendo Martinez um jogador com mais chegada. Talvez uma tentativa do técnico espanhol de melhorar o ultimo passe dentro da área para que o placar aumentasse. E parece que deu certo. Depois de uma bela recuperação de bola de Iniesta e David Silva, Silva enfia uma bela bola para Fernando Torres marcar o seu segundo gol na partida e o terceiro da seleção espanhola. Espanha já estava com a vitória garantida, e a Irlanda, com uma das seleções mais fracas da Euro 2012, já estava eliminada.

O segundo gol de Fernando Torres foi a última coisa que ele fez dentro de campo, sendo substituído aos 24 minutos por Fàbregas. Mudança sem nenhum motivo de mudança de tática, somente para poupar o jogador dos minutos finais. Aos 30 minutos sai o segundo cartão espanhol, dado para Martinez por entrada dura. Logo em seguida, a Irlanda faz sua segunda substituição também, entrando McClean, no lugar de Duff. O jogo se enrolava mais em substituições e faltas. A última cartada dos dois times foram as substituições de Iniesta por Carzola pela Espanha, e Whelan por Green pela Irlanda. A substituição espanhola modificou o time espanhol de um 4-3-3 para um 4-4-2, mostrando que realmente só queria tocar a bola para o tempo passar.

O jogo chegava nos seus 10 minutos finais, e já estava definido. Muitos chutes pra frente, como se os times já não tivessem mais forças para jogar. Ou simplesmente não queriam mais jogar. Os poucos jogadores irlandeses que entravam em campo, corriam atrás da bola querendo mostrar trabalho, e o sangue novo que havia entrado na Espanha seguia o que os outros fizeram o tempo todo: toques de lado, segurando a bola, e esperando o momento certo para chutar. E esperaram tanto que aos 38 minutos chegaram ao quarto gol, depois de uma jogada ensaiada de escanteio, onde Fàbregas pegou a bola dentro da área, passou pelo marcado e chutou forte pra ela estourar na trave antes de morrer dentro do gol.

A partir dai a seleção irlandesa rifava a bola mais do que tocava efetivamente, e a seleção espanhola tocava a bola no seu campo defensivo chamando o time irlandês para cima para que abrisse espaços para bolas em profundidade para os atacantes. Mas isso durou pouco, faltando pouco mais de 3 minutos para acabar o jogo, ambos os times não se preocupavam mais em atacar, simplesmente tocavam a bola de lado e hora ou outra davam um chute pra frente, como se estivessem pedindo para o arbitro para acabar o jogo. Mas a tortura durou mais 3 minutos ainda depois do tempo regulamentar. O jogo acaba, Irlanda é eliminada, mas ainda tem 3 times disputando 2 vagas no Grupo C


Resumão
Claramente a Irlanda queria impor um ritmo defensivo com a Espanha, por motivos tecnicos, afinal a Italia jogou assim e quase ganhou o jogo. O grande diferencial desse jogo, é que a Irlanda não tem nenhuma habilidade com taticas defensivas devido a deficiencia da sua zaga. A Espanha jogou o seu futebol de posse de bola, muitas vezes confundido com futebol ofensivo por fazer muitos gols. O diferencial é que a Espanha não chuta quando vê a chance, espera um jogador qualquer ficar o mais livre possivel para finalizar. Muitas vezes da certo, como hoje, mas em outras situações como no jogo com a Italia na dá tão certo. No geral, o poderio espanhol confirmou o favoritismo, e jogou como favorita pela primeira vez nessa Euro 2012. Uma goleada para calar os criticos tanto em relação a seleção quanto em relação a seus atacantes que não marcavam a muito tempo. E dar uma preocupação a seleção croata, que deve precisar de um resultado positivo para cima da Espanha se quiser ter garantias de classificação para a segunda fase. E para a Irlanda, a esperança fica só no verde do uniforme.


Escalações

Espanha
4-3-3 (4-4-2)
Casillas (C)
Arbeloa - Piqué - Sergio Ramos - Jordi Alba
Xavi Hernándes - Busquets - Xabi Alonso (Javí Martinez)
David Silva (G) - Torres (G) (G) (Fàbregas (G)) - Iniesta (Santi Carzola)


Irlanda
4-4-2
Given
O'Shea - St. Ledger - Dunne - Ward
Duff (McClean) - Andrews - Whelan (Green) - McGeady
Cox (Walters) - Keane (C)

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