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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Itália e Croácia fazem jogo de dois tempos distintos



Por Mark Pochine
Itália x Croácia - Grupo C

Um duelo que começou com grandes expectativas, pois dessa partida poderia sair já um classificado do Grupo C: Itália e Croácia entram em campo querendo recuperar uma auto estima internacional.

Croácia querendo mostrar que está entrando numa nova Era de Ouro, só que sem Olić, mas contando com Modrić na articulação, uma nova jóia no futebol europeu. Veio de uma vitória de 3 a 1 contra a Irlanda, num jogo que todos acreditavam ser equilibrado. Ainda conta o brasileiro Eduardo, que já é o segundo maior artilheiro da historia da seleção, ficando atrás apenas de Davor Šuker, artilheiro e segundo melhor jogador da copa de 98.

Itália entrando em campo no meio de conflitos no seu futebol. Esquemas de manipulação de resultado não parecem atrapalhar o desempenho da sua seleção. Com Cassano sendo a esperança ofensiva e um time sendo renovado, tem ainda nos medalhões Buffon e Pirlo uma garantia de conseguir uma ótima atuação, como contra a Espanha. Também conta com um brasileiro, Thiago Motta. Não tão bom tecnicamente, mas taticamente um cão de guarda.

O Jogo.

Logo no apito inicial, a Itália mostrou como seria o jogo inteiro. Catenaccio, o estilo de jogo defensivo característico da Itália, iria acontecer o tempo todo. Marcando forte, e no ataque abrindo espaços para os atacantes chutarem. E foi o que aconteceu logo aos 2 minutos, num chute de Balotelli que saiu bem perto do gol. Mas fora o susto inicial, que acordou a seleção croata, o jogo ficou muito truncado entre as intermediarias das duas seleções, mas claramente com a Itália querendo chegar mais ao ataque do que a Croácia.

O jogo seguiu unilateral, Itália continuava tentando chegar ao gol de qualquer forma, seja com os lançamentos de Thiago Motta e Pirlo, seja com as jogadas de velocidade com Marchisio e Giaccherini. Mas ainda faltava o toque nas finalizações, principalmente pro atacante Balotelli. O goleiro croata Pletikosa estava se virando do jeito que dava, pois sua defesa parecia inexistente, só aparecia para cortar bolas de modo duvidoso para fora. O time todo da Croacia parecia jogar em função de defender as investidas italianas e torcer para um contra-ataque rápido com bola alçada na área dar certo.

Se aproximando da metade do primeiro tempo a Croácia acordou pro jogo e já chegou a oferecer mais perigo para a seleção da Itália da mesma forma que ela estava lhe oferecendo perigo. Arrancadas pelas laterais do campo e enfiadas de bola do meio para a zaga. Mas isso só serviu para igualar as coisas, pois a Itália continuava avançando e com mais perigo e infiltrações na área dos seus atacantes e meias. O gol parecia estar ficando pronto, e dessa vez para qualquer um dos lados.

A partir dos 30 minutos, bombardeio Italiano para cima da defesa croata. Novamente Pletikosa foi o nome do jogo, principalmente aos 37 minutos, onde Pletikosa defendeu 2 tiros a queima roupa de Marchisio na entrada da pequena área, depois de um bate e rebate entre ataque e defesa. Mas nada adiantou.

Aos 38 minutos, logo após a jogada confusa, ocorreu uma falta na entrada da área pelo lado esquerdo. Posição preferida de Pirlo. Não podia ser diferente. Uma cobrança maestral onde a bola passou entre a cabeça dos jogadores da barreira, só podia ir e morrer no gol. O goleiro (o nome da Croácia no primeiro tempo) até tentou mas nada pode fazer.

AFP/Getty Images

A Croácia ainda tentou chegar ao ataque, tentando ir para o intervalo com um empate. Mas a Itália não se intimidou e numa cobrança de escanteio, Cassano sobe na primeira trave e quase faz o segundo gol italiano. Mas tudo estava encaminhado para que o primeiro tempo terminasse em 1 a 0.

O saldo do primeiro tempo foi claro: Itália chegou ao gol croata com chances de gol 11 vezes, enquanto a Croácia só tentou levar perigo em 3 ocasiões. Restava saber como seria a postura das duas equipes no segundo tempo que até então estavam fazendo completamente tático e interessante.


Segundo Tempo, Enredo Diferente

Com 1 minuto de jogo a Croácia chegou com o talento Modrić num chute fraco, mas que dizia pra Itália 'Estamos Vivos'. E o aviso continuou novamente com Modrić aos 4 minutos, num chute mais forte, mas saiu alto. A Itália respondeu a logo depois com um chute de Bonucci de fora da área, que desviou na zaga e cedeu o escanteio, mas nada de mais nesse lance. Com um jogo mais aberto, perdendo um pouco do estilo tático que as duas equipes tinham tomado, o jogo foi paralisado aos 10 minutos por conta de um sinalizador jogado pela torcida croata no campo. E só serviu pra esquentar o jogo ainda mais. No minuto seguinte, em outro lance ofensivo da Croácia, o volante Thiago Motta recebeu o primeiro cartão da partida por conta de um agarra-agarra na área antes de uma cobrança de escanteio.

A Itália queria sair pro jogo mas a Croácia não deixava, mostrando um esquema defensivo mais aplicado do que no primeiro tempo. Pirlo, praticamente sozinho na armação das jogadas, nada podia fazer. Giaccherini, Marchisio seguiam tentando levar a bola em contra ataques com velocidade, enquanto Thiago Motta e Maggio eram obrigados a recuar para fechar ainda mais no sistema defensivo.

Aos 14 minutos um momento preocupante e completamente desleal. Numa estourada de bola na defesa, Thiago Motta foi subir na disputa de bola e acabou recebendo uma cotovelada do lateral Srna, e gerando preocupação no bando do lado italiano. Depois do atendimento médico ele voltou a campo por apenas alguns minutos, mas logo depois foi substituído aos 16 minutos por Montolivo, um jogador mais leve, com bom poder de marcação, e uma opção de articulação, para ajudar Pirlo na armação das jogadas.

E a substituição parece que deu certo. A Itália voltou a manter o jogo como na metade do primeiro tempo, mantendo a bola entre as duas intermediarias do campo, com algumas subidas de ambos os lados, mas que não davam em nada devido ao defesa das duas equipes. Claramente o caminho para a área não eram em arrancadas, e sim nos lançamentos em profundidade de ambas as equipes. Mas com os dois principais articuladores (Srna pela Croácia, e Pirlo pela Itália) bem marcados, o jogo estava bem truncado, e sem muitas opções para se chegar ao ataque.

Chegando a metade do jogo, aquela pressão que a Croácia havia dado nos 15 minutos iniciais da partida já havia desaparecido. O jogo já estava exatamente igual ao primeiro, só com mais lentidão por parte da equipe italiana. Com isso os dois técnicos fizeram uma substituição cada. Primeiro a Croácia tirou Perišić, jogador que joga pela ala esquerda como articulador, e colocou Pranjić, um jogador com características mais de apoiador do que de finalizador. Pelo lado italiano, a mesma substituição que aconteceu no jogo da Espanha, saiu Balotelli e entrou Di Natale.

E parece que a substituição Croata deu certo. Justamente com um cruzamento de Pranjić para area, a bola sobrou limpa para Mandžukić que estufou a rede com a bola ainda tocando na trave. Com esse gol o artilheiro chega a 3 gols na temporada sendo o artilheiro, juntamente Mario Gomez da Alemanha. O jogo parecia que ia pegar fogo nos 15 minutos finais.

Getty Images

Mas não foi bem assim. Novamente aos 29 minutos, problemas com sinalizadores, pararam o jogo por pouco mais de 2 minutos. Mas não mudou muito a historia do jogo. A torcida croata estava mais empolgada do que esteve o jogo inteiro. Porem, nada mudou muito. A única diferença foi que a pressão passou para o lado Croata (A Croácia já tinha chutado 6 vezes a gol no segundo tempo, contra 3 da Itália). Aos 37 minutos, mudanças que não mudam muito a forma das duas equipes jogarem. Giovinco entra no lugar do Cassano, e o brasileiro Eduardo entra no lugar do Jelavić.

O jogo parecia caminhar para o empate. Aos 40 minutos o segundo cartão da partida foi para Schildenfeld em falta pelo lado direito do ataque italiano. O que resumiu bem os últimos 5 minutos do tempo normal. Um jogo muito faltoso com paralisações constantes para ambas as equipes. Se via um jogo muito feio visualmente, com muitas bolas alçadas e enfiadas de bola, sem nenhuma jogada trabalhada por nenhum dos lados. A Itália também, diferente do primeiro tempo, se viu muito acuada, quase não atacando no fim do jogo, e só se segurando para não deixar a Croácia chegar com perigo.

Mas mesmo assim, o juiz queria jogo, e deu 5 minutos de acréscimo por conta das paralisações que ocorreram ao longo do segundo tempo. Mas nada de mais houve durante esses cinco muito, somente a substituição de Mandžukić por Kranjčar, mudança em nenhum efeito tático, somente para o tempo passar. Howard Webb apita o final de uma partida que teve os lados de duas moedas completamente diferentes.


Resumão
O que se viu em campo foram dois jogos totalmente diferentes. O primeiro um jogo aberto, com domínio italiano e um futebol vistoso e bem tatico, bem a cara da Itália. O segundo um futebol de pegada e pressão com domínio croata, focado nos avanços pelas laterais afunilando pro meio da área, bem a cara da Croácia. Foi um jogo, com duas historias diferentes, que podem dar em finais diferentes. Com esse empate, a Croácia vai a 4 pontos, pegando a Espanha no ultimo jogo, dependendo apenas de si para se classificar. E a Itália vai para a ultima fase pegando a até então ultima colocada, a Irlanda, precisando de uma vitória e, dependendo do resultado de Espanha e Irlanda, de uma combinação de resultados.


Escalações

Itália:
3-5-2
Buffon (C)
Bonucci - De Rossi - Chiellini
Maggio - Marchisio - Pirlo (G) - Thiago Motta (Montolivo) - Giaccherini
Balotelli (Di Natale) - Cassano (Giovinco)

Croácia:
4-2-2-2 (4-2-3-1)
Pletikosa
Srna (C) - Ćorluka - Schildenfeld - Strinić
Vukojević - Modrić
Rakitić - Perišić (Pranjić)
Jelavić (Eduardo) - Mandžukić (G) (Kranjčar)


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